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Tudo vale a pena quando se trata de Veneza. Não é porque o luxuoso destino compreende 118 ilhas e mais de 400 pontes ou porque ostenta tantas obras-primas da arte e da arquitetura. A Sereníssima, como é conhecida a cidade mais famosa da região do Vêneto, é inverossímil, em todos os sentidos.

Desde suas histórias – como as invasões bárbaras intensificadas nos séculos 5 e 6 ou sobre o sedutor mais famoso do mundo, Casanova – até seus envolventes labirintos e pontes que compõem um verdadeiro museu ao ar livre.

Nessa atmosfera que provoca fascínio, a cidade flutuante e suas ruas aquáticas, promovem aos mais apaixonados, verdadeiras experiências românticas, seja pelos detalhes da arquitetura bizantina ou pelos passeios de gôndolas e barcos pelas vielas e becos que recortam os 150 canais.

Uma das impressões mais comuns que se tem ao chegar em Veneza é que o local não pertence à Itália. Acidade nada se assemelha ao restante da “bota” e possui aspectos que foram adquiridos em virtude das novas comunidades insulares que foram se formando ao longo dos séculos, transformando a região numa grande potência comercial e estendendo assim seu desenvolvimento cultural.

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Veneza vai além das romanescas embarcações. Veneza é uma amostra de onde a capacidade e criatividade humana pode chegar. O visitante já cai em profundo deslumbramento ao sair da Estação Santa Lúcia, de frente ao Grande Canal, transbordado de gôndolas, lanchas e outras embarcações. O fluxo de pessoas é admirável e a grande avenida de água tem suas margens ocupadas pelas magníficas construções, ao longo dos quatro quilômetros que a compõe.

A Basílica de São Marcos, de beleza opressiva, é o coração da cidade e compreende o Museu, a Praça, o Campanário e a Torre do Relógio. No museu encontram-se os restos mortais do Apóstolo e quatro cavalos de bronze originais. Obras de artistas renomados como Ticiano e Rafael, além de porcelanas e tesouros também compõem o acervo do ilustre Museu. A construção do local iniciou-se no século VIII e foi reconstruído por diversas vezes, resultando uma arquitetura com diferentes influências.

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A Torre do Relógio foi projetada por Mauro Codussi, em 1946 e é composta por figuras de bronze que batem com martelos no sino. O mesmo relógio mostra as fases da lua e do sol, regidas pelo zodíaco. Ao lado da Igreja, o Palácio de Doges faz a ligação do local com uma antiga prisão, através da Ponte dos Suspiros que merece todas as honras e menções de um local que não pode deixar de ser visitado. A ponte é a mais antiga da cidade, construída em 1588. É possível caminhar a pé da Praça de São Marcos até a ponte, contemplando vielas repletas de antiquários e lojas de souvenirs. Outra ponte que não pode deixar de ser visitada é Rialto qu durante muito tempo foi formalmente a única ligação permanente entre os dois lados do Grande Canal, até abrirem as travessias.

A melhor forma de conhecer Veneza é caminhando. Durante o verão é inevitável não se deparar com o congestionamento de pessoas nas vielas e becos; se quiser atravessar o Grande Canal em áreas distantes das pontes, a recomendação é o uso do vaporetto, uma espécie de ônibus-barco.

Para os amantes da culinária italiana, Veneza oferece desde opções de lanches rápidos como pizzas ou tapas italianas até um serviço impecável de jantar, com a típica culinária do Vêneto, como risotos, escabeche de sardinha, frutos do mar e outras iguarias típicas do norte italiano. Além da culinária requintada, Veneza oferece outros atrativos como a Bienal das Artes, o Festival de Cinema e o Carnaval. A festa carnavalesca dura dez dias e os participantes usam trajes típicos do século XVIII e máscaras. A celebração mítica seduz um número expressivo de visitantes que se concentram nas cercanias da Praça São Marcos.

Enchentes são comuns na cidade e ocorrem desde o século XIII, quase sempre entre novembro e abril; o motivo resulta de diversas razões: compressão natural do solo somada à exploração de poços artesianos, oscilação das marés, estrutura peculiar da cidade, entre outros fatores. Portanto, a melhor época para se visitar é no período da primavera (março a junho) e no outono (setembro a novembro). Durante o verão a cidade é repleta de turistas de todas as partes do mundo e os preços dos produtos são explorados pelos comerciantes locais. Mesmo abarrotada de turistas, Veneza é inesquecível. Encante-se.